Facebook altera o modo como consumimos as notícias

Facebook altera o modo como consumimos as notícias

Em média, o brasileiro passa apenas 12 horas por mês no Facebook, pode parecer pouco, mas é o suficiente para alterar o modo como vemos o mundo e como entramos em contato com as notícias. É comum chegarmos a determinados sites via publicações em redes sociais, diretamente por links específicos, sem passar perto da home da plataforma.

Você já deve ter notado que muitas das páginas que curtiu não apresentam o conteúdo que publicam em sua timeline, mas então como o Facebook determina o que você recebe? O cálculo é assinado por Greg Marra, engenheiro da rede responsável por projetar o código que seleciona o conteúdo que você recebe, desde as atualizações das fotos de amigos até as notícias dos principais jornais. De acordo com o The New York Times, este cargo transformou Marra em umas das pessoas mais influentes quando o assunto é o mercado de notícias.

Parece exagero? Hoje, o Facebook possui aproximadamente 1,2 bilhão de usuários, e é responsável por encaminhar quase 20% de toda a audiência dos sites de notícias, segundo a pesquisa da SimpleReach. Influência que pode determinar o sucesso ou o fracasso das empresas.

Greg Marra, engenheiro do Facebook

Segundo pesquisa divulgada pela Pew, cerca de 30% dos adultos norte-americanos se informam exclusivamente através da rede social. O Twitter e o Google News possuem mecânica e funções semelhantes, mas o Facebook está na vanguarda do uso de sequências lógicas que determinam o que o usuário tem mais interesse em ler, filtrando o conteúdo disponibilizado. Neste cenário, o nome dos grandes jornais ou portais perdeu parte da importância frente aos algoritmos que determinam de forma matemática o que o consumidor quer.

Esta nova realidade já foi percebida pelas empresas, que passaram a criar estratégias para atuar nas redes sociais. Cory Haik, editora sênior de notícias digitais do Washington Post, um dos veículos que iniciaram este movimento, afirma que a novidade representa a “desagregação do jornalismo”, e compara a situação à “revolução” pela qual a indústria musical passou há poucos anos, que alterou radicalmente o modo como consumimos música. Para ela, a informação está chegando aos leitores de modo mais fragmentado, e não através de um conjunto pronto, como nos jornais impressos.

Escritório do Facebook em Menlo Park

Alguns têm se perguntado se esta seleção através das máquinas estaria substituindo a função de um editor de notícias nas mídias. De acordo com Marra, este nunca foi o objetivo do Facebook ou de sua equipe. Ele explica que a seleção é feita com base nas escolhas dos usuários, através dos seus contatos, fan pages que segue e interações com todo o material que recebe. Logo, a rede não realiza um filtro editorial, apenas entrega publicações mais compatíveis com os gostos dos internautas.

O algoritmo que determina o que você irá receber diariamente é atualizado constantemente, ao todo são 16 pessoas trabalhando para aperfeiçoá-lo. São levadas em consideração milhares de métricas, entre elas os horários e o dispositivo de acesso, as interações, o tempo de permanência em links externos e outras. O objetivo é identificar o que os usuários mais gostam, e isso pode variar ao redor do mundo. Na Índia, segundo Marra, as pessoas tendem a compartilhar o que a empresa chama de ABCDs: astrologia, Bollywood, cricket e divindades.

E a alteração do código pode ter consequências graves para as mídias. Em dezembro, o Facebook começou a punir os canais que “pescavam cliques”, aqueles com uma chamada forte, mas que não entregam o que prometem. O resultado foi uma queda drástica no número de acessos a sites como Upworthy e Distractify.

Para tirar o melhor proveito desta função, algumas empresas jornalísticas estão levando seus funcionários até o Facebook, em uma tentativa de entender como a desfragmentação da notícia pode ajudar a aumentar o fluxo de acesso aos sites.

Fan page do BuzzFeed

Ben Smith, editor-chefe do BuzzFeed, afirma que é necessário criar novas regras para escolher o que será publicado ou não. Ao contrário dos jornais e revistas impressos, os editores não precisam mais tapar buracos, será produzido apenas aquilo que é interessante para os leitores.

Já Haik informa que o Washington Post está trabalhando de forma diferenciada, produzindo diferentes versões do jornalismo para públicos específicos, com base nas informações sobre como o internauta recebe a notícia. Ela afirma que a empresa tem realizado pesquisas inclusive de como dispor a notícia em seu site mobile, para oferecer ainda mais conforto aos leitores, e se perguntado se existem formas diferentes de contar estas histórias.

De acordo com Edward Kim, cofundador da SimpleReach, é necessário que as empresas jornalísticas que não são “nativas sociais” tomem cuidado ao perseguir a audiência nas redes para não cair na armadilha de fazer como a maioria, e perder seu diferencial. Para ele, a pergunta fundamental deve ser: “Você está criando o conteúdo para o modo como ele será consumido neste ambiente?”

Quando questionado se a inteligência artificial poderia substituir o editor humano, Marra é enfático ao afirmar que não. Ele explica que hoje a máquina processa os conjuntos de textos de modo analítico, que o ideal seria ter uma pessoa editorando todo o conteúdo, mas que isso é inviável: “Não é realista fazer isso em escala, para cada pessoa no planeta, e é por isso que acho que sempre vai ter este sistema híbrido, como o Feed de notícias, que está ajudando você a encontrar as coisas de que gosta”.

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